Debate sobre os Efeitos do Uso de Telas na Saúde Mental Infantil na UNIFOR
A psicóloga Sarah Rebeca Barreto participou do I JEP-Saúde (Jornada de Estudos em Saúde) na Universidade de Fortaleza (UNIFOR), no dia 9 de outubro. O evento abordou o tema “Infâncias e adolescentes conectados: impactos das telas na saúde mental”, contando também com a presença da psicóloga Juliana Fernandes Eloi. O painel proporcionou uma discussão aprofundada sobre o crescente e preocupante uso de dispositivos eletrônicos entre crianças e adolescentes.
Nos últimos anos, tanto no Brasil quanto no exterior, tem-se observado um aumento significativo na exposição de crianças a smartphones, tablets e televisores. Muitas vezes, esses dispositivos são utilizados como uma estratégia de distração ou entretenimento, e, em algumas situações, acabam servindo como substitutos de cuidadores. Essa tendência é impulsionada por uma série de fatores, incluindo a intensa digitalização da sociedade contemporânea, a pressão por multitarefas enfrentada pelos pais e a atratividade inegável do conteúdo digital.
A Relevância do Tema
Durante sua palestra intitulada “Do brincar ao deslizar: quando as telas substituem experiências fundamentais na primeira infância”, Sarah Rebeca destacou a importância das fases essenciais do desenvolvimento infantil. Ela abordou os desafios e as experiências cruciais que ocorrem na primeira infância e como o desenvolvimento cerebral nesse período é afetado pela substituição de interações físicas e brincadeiras tradicionais pelo contato passivo com as telas.
A psicóloga enfatizou que a interação direta entre crianças e adultos é fundamental para o desenvolvimento emocional e social. A falta dessa interação pode levar a dificuldades na formação de vínculos afetivos, na empatia e na capacidade de lidar com emoções. “As telas não devem ser vistas apenas como uma forma de entretenimento, mas também como um fator que pode impactar negativamente a saúde mental das crianças”, afirmou.
Desafios do Uso Excessivo de Telas
O uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode trazer uma série de desafios. Entre eles, destacam-se a dificuldade de concentração, o aumento da ansiedade e a depressão. Além disso, a exposição constante a conteúdos digitais pode afetar negativamente o sono das crianças, uma vez que a luz azul emitida por telas pode interferir nos padrões de sono.
Sarah Rebeca também ressaltou a importância de os pais e responsáveis estarem cientes dos perigos associados ao uso excessivo de telas. “É essencial que as famílias busquem um equilíbrio saudável, limitando o tempo de tela e promovendo atividades que incentivem a interação social e o desenvolvimento físico”, disse. Ela sugeriu que os adultos se tornem modelos positivos, estabelecendo limites e criando um ambiente propício para brincadeiras que não envolvam tecnologia.
Preservando uma Infância Saudável
A preservação de uma infância saudável deve ser uma prioridade para todos os responsáveis. A infância é um período fundamental na formação dos adultos que se tornarão no futuro, e dedicar atenção à saúde mental das crianças e adolescentes é essencial. As experiências vividas nessa fase moldam o comportamento, as relações interpessoais e a forma como lidam com desafios ao longo da vida.
O debate na UNIFOR destacou a importância de eventos acadêmicos como este, que promovem a troca de conhecimentos entre profissionais da psicologia e estudantes. “É sempre um prazer voltar ao ambiente acadêmico e compartilhar insights sobre um tema tão urgente. Através de eventos e trocas como esse, os profissionais se aprimoram e encontram formas de desenvolver as melhores intervenções e orientações para as famílias”, finalizou Sarah Rebeca.
Considerações Finais
O uso de telas por crianças e adolescentes é um tema que requer atenção e responsabilidade de todos os envolvidos na sua educação e desenvolvimento. A conscientização sobre os impactos desse uso é o primeiro passo para garantir uma infância saudável e equilibrada. Portanto, é necessário que pais, educadores e profissionais da saúde mental trabalhem juntos para promover uma abordagem que valorize as experiências de vida e as interações humanas, fundamentais para o desenvolvimento integral das novas gerações.
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