Obesidade sem tabu e gordofobia tudo que você precisa saber

Obesidade sem tabu ou gordofobia: tudo que precisamos saber

No dia 4 de março, é celebrado o Dia Mundial da Obesidade, uma data estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para aumentar a conscientização sobre os riscos associados ao excesso de peso. A obesidade é um dos problemas de saúde mais graves enfrentados atualmente. De acordo com a OMS, projeta-se que até 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos em todo o mundo estarão com sobrepeso, dos quais 700 milhões serão considerados obesos. No Brasil, um estudo realizado nas 26 capitais e no Distrito Federal indica que aproximadamente metade da população apresenta sobrepeso, e 20% já estão classificados como obesos.

A obesidade é definida cientificamente como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode representar riscos à saúde. Um Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30 é um dos critérios que estabelece essa condição. O excesso de peso está associado a uma série de problemas de saúde, incluindo hipertensão arterial, diabetes, apneia do sono, complicações cardíacas e um risco aumentado para diferentes tipos de câncer. Portanto, a obesidade não é apenas uma questão individual, mas um desafio de saúde pública que exige uma abordagem ativa para prevenção e tratamento, além de um acompanhamento constante para promover a saúde dos pacientes.

A Dra. Karina Santos, médica de uma equipe de saúde, destaca que a obesidade ainda é cercada de tabus e estigmas que resultam em discriminação. Ela ressalta que as causas dessa condição são multifatoriais, envolvendo não apenas fatores ambientais e hábitos de vida, mas também componentes genéticos. “Compreender o histórico de cada paciente é crucial para desenvolver estratégias eficazes de intervenção”, explica.

Causas da Obesidade

Entre as causas da obesidade mencionadas pelo National Health Service (NHS), estão:

  • Doenças que podem contribuir para o ganho de peso, como o hipotireoidismo;
  • Dieta desbalanceada;
  • Hábitos sedentários;
  • Predisposição genética;
  • Transtornos psicológicos, como depressão ou Transtorno Alimentar Compulsivo;
  • Privação de sono;
  • Estilo de vida inadequado.

O tratamento da obesidade deve envolver uma abordagem multifacetada, sendo essencial o compromisso com a mudança de hábitos. Isso inclui a prática regular de atividades físicas e a adoção de um plano de reeducação alimentar. O suporte psicológico também é um componente valioso nesse processo de transformação.

A Dra. Santos observa que “adotar hábitos alimentares saudáveis e deixar o sedentarismo para trás são metas alcançáveis, e a equipe de saúde pode oferecer o apoio necessário nesse caminho”. É importante mencionar que, mesmo pacientes que optam por cirurgia bariátrica devem passar por um processo de reeducação alimentar para garantir que os resultados sejam sustentáveis. Para ilustrar, entre quase 1900 pacientes obesos atendidos, apenas 11 precisaram recorrer à cirurgia bariátrica, o que representa menos de 1% do total. A grande maioria dos pacientes está progredindo para uma vida mais saudável e equilibrada através de mudanças de hábito significativas.

A Discussão Sobre Peso Ideal e Gordofobia

Atualmente, a discussão em torno do peso ideal e da gordofobia está em destaque. É fundamental entender que estar acima do peso não implica necessariamente em problemas de saúde, como diabetes ou doenças cardíacas. Existem indivíduos que estão dentro da faixa de peso considerada normal, mas que apresentam sérias questões de saúde resultantes do sedentarismo, muitas vezes vistos socialmente como “saudáveis” apenas por serem magros. Por outro lado, há pessoas com sobrepeso ou obesidade que têm marcadores de colesterol e glicemia normais.

“A avaliação individual é o único meio eficaz de determinar a saúde de uma pessoa”, conclui a Dra. Karina Santos. Essa perspectiva é crucial para desmistificar preconceitos e promover uma compreensão mais ampla sobre a saúde e o bem-estar, independentemente do peso corporal.


Observação Importante: As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação ou o acompanhamento profissional. Sempre consulte um médico ou especialista em saúde para orientações personalizadas.