Probióticos e Saúde Vaginal: A Conexão Importante
Os probióticos desempenham um papel crucial na manutenção da saúde vaginal feminina. A microbiota vaginal saudável é predominantemente composta por lactobacilos, que funcionam como uma barreira natural contra patógenos oportunistas. A redução na quantidade de lactobacilos pode levar a desequilíbrios, conhecidos como disbiose, resultando em infecções como a vaginose bacteriana e a candidíase vaginal. Nesse contexto, a suplementação com probióticos orais, em combinação com lactoferrina, surge como uma estratégia promissora para restaurar o equilíbrio vaginal.
A Ciência por Trás dos Probióticos
Vários estudos clínicos randomizados e controlados por placebo têm investigado os efeitos da suplementação oral com probióticos, especificamente com a combinação de HOWARU® Lactobacillus acidophilus La-14™, HOWARU® Lactobacillus rhamnosus HN001® e lactoferrina bovina. Esses estudos foram conduzidos tanto em mulheres saudáveis quanto em aquelas com microbiota vaginal intermediária.
Estudo 1: Colonização Vaginal em Mulheres Saudáveis
O estudo realizado por De Alberti et al. (2015) avaliou a ingestão oral da combinação mencionada por um período de 14 dias. Os resultados demonstraram que:
- Houve um aumento significativo de L. acidophilus e L. rhamnosus na vagina nos dias 14 e 21, mesmo após 7 dias sem suplementação.
- A colonização foi considerada transitória, mas estatisticamente significativa.
- Não houve alteração no pH vaginal, o que era esperado, pois as participantes eram saudáveis.
- Nenhum evento adverso foi relatado durante o estudo.
Esses achados sugerem que os probióticos orais podem efetivamente colonizar a vagina sem a necessidade de aplicação local, indicando um potencial para a redução da incidência de infecções urogenitais.
Estudo 2: Disbiose Vaginal
Russo et al. (2018) investigaram mulheres com microbiota vaginal intermediária, uma condição de transição entre a microbiota saudável e a vaginose bacteriana. Após 15 dias de suplementação:
- Foi observada uma melhora significativa no escore de Nugent, retornando à microbiota normal.
- Os sintomas clínicos, como prurido e corrimento vaginal, diminuíram consideravelmente.
- A colonização vaginal por L. acidophilus e L. rhamnosus foi confirmada por RT-PCR.
- Nenhum efeito adverso foi registrado.
Esses resultados reforçam o uso de probióticos orais como uma estratégia eficaz para tratar a disbiose vaginal leve, especialmente em mulheres assintomáticas ou com sintomas leves.
Estudo 3: Vaginose Bacteriana Recorrente
Em um estudo com mulheres que apresentavam histórico de vaginose bacteriana recorrente, Russo et al. (2019a) avaliaram a combinação de probióticos como adjuvante ao tratamento com antibióticos. Os principais resultados incluíram:
- Redução significativa dos sintomas, como corrimento e prurido, ao longo de 6 meses.
- Melhoria do escore de Nugent e aumento na taxa de cura clínica e microbiológica.
- Menor taxa de recorrência em comparação ao grupo placebo (29,2% vs. 58,3%).
- Boa tolerabilidade e ausência de eventos adversos.
Estudo 4: Candidíase Vulvovaginal Recorrente
Outro estudo de Russo et al. (2019b) focou em mulheres com candidíase vulvovaginal recorrente. Após o tratamento antifúngico inicial, a suplementação com probióticos e lactoferrina bovina durante seis meses resultou em:
- Redução significativa de incômodos, como prurido e corrimento, a partir do terceiro mês.
- Menor taxa de recorrência em comparação ao grupo placebo (29,2% vs. 100% após 6 meses).
- Aumento na taxa de cura clínica, sem eventos adversos relatados.
Implicações Práticas para a Saúde Feminina
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), cerca de 40% das queixas em consultórios ginecológicos estão relacionadas a vulvovaginites e vaginoses. Essas condições não apenas causam desconforto, mas também apresentam alta taxa de recorrência mesmo após tratamento convencional, podendo afetar a fertilidade.
Quando ocorre o desequilíbrio (disbiose), a suplementação com cepas probióticas específicas, associadas à lactoferrina, pode ser uma ferramenta complementar eficaz para:
- Promover o equilíbrio bacteriano durante períodos de disbiose vaginal.
- Manter a microbiota vaginal saudável.
A escolha das cepas é fundamental. As cepas HOWARU® L. acidophilus La-14™ e HOWARU® L. rhamnosus HN001® demonstraram capacidade de colonização vaginal e segurança em estudos, reforçando seu potencial como intervenções na saúde vaginal feminina.
Observação Importante: As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação ou o acompanhamento profissional. Sempre consulte um médico ou especialista em saúde para orientações personalizadas.